Ainda me lembro do dia em que, no ensino médio, perguntei aos meus colegas de sala se já haviam dito “eu te amo” a alguém. A maioria respondeu que não. Uma moça teve a coragem de explicar que nunca dissera porque, para ela, dizer “eu te amo” a colocaria em uma posição vulnerável e faria com que o outro a visse como frágil e carente.
Essa resposta me impressionou, pois revelou o medo que ela carregava. Ao tentar se proteger, ela impedia a si mesma de viver o amor. Será que você também não está se privando de vivenciar o verdadeiro amor? O medo de se entregar ao outro te afasta das bênçãos que o amor oferece.
Em muitos lares, o amor se esfriou pela falta de expressão. Alguns casais deixam de dizer “eu te amo” por orgulho de parecerem fracos. Alguns pais não declaram seu amor por seus filhos, porque não tiveram isso na infância ou porque se sentiriam vulneráveis. A verdade é que o silêncio na declaração do amor cria distanciamento no lar, vazio emocional e laços familiares enfraquecidos.
O amor, em sua verdadeira essência, precisa ser declarado, reforçado e vivido. O apóstolo João reforça esse ensinamento ao dizer: “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. Nós amamos porque Ele nos amou primeiro” (I João 4.18-19).
Jesus Cristo, ao morrer na cruz, demonstrou o maior e mais profundo amor que já existiu. Ele disse, de forma inconfundível: “Eu te amo”, ao dar a Sua vida. Se Jesus não teve medo de se mostrar vulnerável, como podemos justificar o silêncio da declaração em nossa própria família?
Soli Deo Gloria
Welton Cardozo